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Assembleia Legislativa promove seminário para debater os caminhos da adoção no Brasil
Publicado em 21 de maio de 2015A Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), por meio da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), promoveu nesta quinta-feira (21) um seminário
para comemorar a Semana Estadual de Adoção. O objetivo do encontro foi debater o tema com apresentação de propostas para facilitar a adoção no Brasil.
O seminário contou com a participação de representantes de grupos e associações ligadas ao tema, do Poder Judiciário, ativistas, representantes de conselhos tutelares, pais que já realizaram adotação, além do casal referência em adoção no país, Luiz Schettini Filho, psicólogo, e Suzana Schettini, da Associação Nacional dos Grupos de Apoio à Adoção, do deputado Buba Germano, e a deputada Estela Bezerra, presidente da CCJ.
Para a deputada Estela, o tema da adoção é sensível no Brasil inteiro. “Nós temos hoje uma demanda enorme de crianças e adolescentes em condições de adoção, precisando de famílias e temos 4 vezes o número de famílias querendo adotar. Mas o Brasil tem vários impedimentos. São impedimentos burocráticos que não facilitam o acesso à informação, além de preconceito”, afirmou a parlamentar.
A parlamentar disse ainda que a preferência de adoção é de crianças de até um ano de idade e que sejam meninas. “Existe 40% da população que não admite adoção de negros e outras etnias. Precisamos avançar para que as crianças que necessitam de família e as famílias que querem adotar consigam se encontrar. Esse ‘meio de campo’ é um trabalho da sociedade e de todos os Poderes”, ressaltou.
Já o deputado Buba Germano, falou sobre a necessidade de dialogar sobre o tema dentro da Casa de Epitácio Pessoa. Destacou também as ações que fez na área quando era prefeito de Picuí. “Temos a obrigação de criar políticas públicas em benefício da nossa população, em especial crianças e adolescentes”, resumiu.
O evento contou com uma palestra de Luiz Schettini Filho, que atua diretamente na temática com crianças e adolescentes há 45 anos. “Tenho chegado a uma conclusão: não existem crianças abandonadas. Existem crianças que nós abandonamos. Sou pai adotivo de cinco filhos. E precisamos entender que a adoção é incorporar o filho na nossa vida”, salientou.
O psicólogo disse ainda que é necessário que os pais se preparem para a adoção. “A adoção é a marca de um novo começo. Os pais precisam passa ir
para os pequenos, que carregam marcas de rejeição e incorporá-los à nossa vida é transformar esse momento em algo sublime”, concluiu.
Para Lenilde Cordeiro, do Grupo de Estudos e Apoio à Adoção de João Pessoa (Gead), esse seminário tem o objetivo de lembrar a sociedade que existem crianças e adolescentes que estão vivendo sem direito a ter uma família. Temos aqui uma oportunidade de ajudar as crianças para facilitar o direito a uma família.
Lenilde revelou ainda que um estudo do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) revela que o número de pretendentes é quase 6 vezes maior do que o número de crianças disponíveis para adoção. No entanto, lamentou que a restrição das famílias a crianças maiores de 1 ano e que 26% dos pretendentes procuram apenas por crianças brancas.
Suzane Schetini, que também é psicóloga, falou que levar essa discussão para ALPB é emocionante. “O que nos move é verificar os resultados, as sementes que plantamos sendo germinadas dentro dessa nova visão. Não há filho, pai e mãe se não tiver adoção. A adoção é um direito da criança. ela
precisa estar em uma família”, avaliou. Suzana revelou ainda que atualmente 6 mil crianças estão precisando de adoção no Brasil.
A promotora Soraia Escorel, coordenadora do Centro de Apoio às Promotorias de Justiça de Defesa da Criança e do Adolescente, parabenizou a iniciativa da ALPB e afirmou que o movimento tem crescido com a participação popular. “Precisamos que esse assunto paute mais vezes os políticos. Tem crescido o movimento para facilitar a adoção e isso demonstra a força dos trabalhos desses grupos”, celebrou.
Participaram ainda do seminário Ana Cananéa, da Comissão Estadual Judiciária de Adoção (Ceja); Sônia Aguiar, da Divisão de Cidadania da ALPB; e Viviana Sarmento, realizadora do seminário, e a vereadora da Capital Eliza Virgínia.
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