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Assembleia celebra título de reconhecimento do Forró como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro
Publicado em 13 de dezembro de 2021A Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) realizou, nesta segunda-feira (13), audiência pública para celebrar o reconhecimento do Forró como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil. O evento fez parte do IV Encontro Nacional de Forrozeiros e do III Fórum Nacional de Forró Raiz. A audiência, proposta pelo deputado Anísio Maia e que contou com a presença de poetas, músicos e artistas populares, foi palco também para a entrega do título de reconhecimento do Forró como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Através do presidente da Comissão de Educação e Cultura da ALPB, deputado Anísio Maia, o Poder Legislativo prestigiou o IV Encontro Nacional de Forrozeiros, que aconteceu no Espaço Cultural, em João Pessoa, e foi transmitido pela TV Assembleia. O deputado Anísio Maia afirmou que assistir ao reconhecimento do Forró como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil é motivo de muita alegria e de muito orgulho para todos os nordestinos, pois trata-se da identidade de um povo, de uma região e que possui uma força cultural muito forte. “Hoje, é um dia histórico para todos aqueles que fazem o Forró. Queremos que o poder público valorize e reconheça a necessidade de apoio as manifestações culturais do estado. Hoje, estamos celebrando o aniversário de Luiz Gonzaga e também precisamos lembrar de todos aqueles que tornam o Forró possível. O reconhecimento do Forró como patrimônio do Brasil é muito importante para nós. É um gênero que trata da diversidade, pois abraça outros gêneros como o xote, o baião, entre outros”, destacou Anísio.
Para o parlamentar, o diálogo com a Assembleia e com o Governo do Estado é muito relevante nesse momento porque, segundo Anísio, o país vive um processo de desmonte das manifestações culturais. “Estamos para celebrar, mas também estamos aqui sendo resistência. Esse ritmo é muito importante para todo o país e é preciso ter vontade pra estar nessa luta e a Assembleia está sempre solidária àqueles que fazem esse gênero em prol da elaboração de políticas efetivas de apoio ao Forró no nosso estado e nosso país”, defendeu Anísio Maia.
Para o secretário de Estado da Cultura, Damião Ramos, o Forró é um gênero nordestino, mas que gera entusiasmo em todos os brasileiros. O secretário declarou que o Forró integra a identidade do Brasil representada através da música. “O forró é o rei das artes do nosso país porque é o forró que fraterniza todos os estados nordestinos e brasileiro e por isso merece ser patrimônio cultural nacional, através dessa belíssima iniciativa do Iphan. O forró é uma música amada por todos nós”, comemorou Damião Ramos.
Representando o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, o presidente da Funjope, Marcos Alves, reforçou o compromisso com todas as manifestações de cultura, especialmente de raiz popular, como é o forró. “Fazemos isso, intensamente, na Funjope. Ainda no início do ano e no auge da pandemia, iniciamos uma pesquisa sobre o forró, com pesquisadores nossos, que deu origem à cartilha “O que é Forró”. Em breve, os alunos das escolas públicas receberão essa cartilha também. Nossa intenção é transformar esse material em uma realidade, um instrumento pedagógico. Nós temos tarefas permanente, uma delas é reforçar a cultura do forró nas escolas, para que não se perca”, defendeu.
Para fortalecimento do Forró, assim como, do Turismo, Joana Alves, representante da Orquestra Sanfônica Balaio do Nordeste e presidente do Fórum Nacional de Forró de Raiz, defendeu a criação de um Centro de Referência do Forró na Paraíba, onde, além de atrações, seja possível atrair o turista para conhecer e dançar o forró. Dona Joana defendeu ainda que este centro funcione também como uma Escola do Forró e que dele seja feito um museu dedicado à música nordestina. “O Forró é hoje a mais importante dança brasileira, fortemente representativa. E nós pedimos ao Iphan que apresente a candidatura do Forró à lista representativa do Patrimônio Cultural Brasileiro da Unesco nos mais breves prazos possíveis”, cobrou Dona Joana.
O técnico do Iphan, Emanuel Braga, parabenizou o evento e reiterou o forró como patrimônio brasileiro. “Desde a época de Luiz Gonzaga, Marinês, Jackson do Pandeiro e tantos outros. O registro nasce, justamente, dessas bases de origem, que foi aqui nessa terra sagrada, que é a Paraíba. Esse registro, acima de tudo é um reconhecimento à memória do cangaço, também. A proteção do forró é uma proteção do cangaço, à vitalidade das nossas festas da colheita e ao ofício do vaqueiro, tão presente do repertório do forró”, explicou.
Participaram da audiência o deputado federal da Bahia, Daniel Almeida; o vereador de João Pessoa, Marcos Henriques, o presidente da Funesc, Pedro Santos; o secretário de Estado do Espírito Santo e presidente do Fórum Nacional de Secretário e Dirigentes Estaduais de Cultura, Fabrício Noronha; o ex-reitor da UEPB, Rangel Júnior; o representante da Secretaria de Estado da Educação, Milton Dornelas; o representante do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (RN), Fábio Henrique; o cantor e compositor Del Feliz; as representante de artistas da dança, Anastácia e Isabel Santos; e Isabel Cristina, coordenadora estadual do Fórum Regional do Forró Raiz do Estado de São Paulo.
A audiência contou ainda com a apresentação da Orquestra Sanfônica Balaio Nordeste.
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