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Assembleia discute uso e gestão das águas do Projeto de Integração do Rio São Francisco
Publicado em 13 de dezembro de 2017A Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), através da Frente Parlamentar Ambientalista, realizou, nesta quarta-feira (13), uma Audiência Pública para discutir o uso e gestão das águas do Projeto de Integração do Rio São Francisco pelos municípios e populações ribeirinhas do Alto Curso do Rio Paraíba. A audiência foi proposta pela deputada estadual Estela Bezerra, que preside a Frente.
Ciente de que o Projeto de Integração do Rio São Francisco é a maior obra de infraestrutura hídrica do país, a deputada Estela Bezerra concluiu em João Pessoa o conjunto de audiências públicas denominado Circuito das Águas, realizado em nove municípios paraibanos durante os últimos dois meses. O objetivo, de acordo com a parlamentar, foi o de discutir com agentes do governo e com agricultores residentes em áreas ribeirinhas localizadas nos municípios do alto do curso do rio (Monteiro, Camalaú, Congo, Caraúbas, São Domingos do Cariri, Barra de São Miguel, Cabaceiras e Boqueirão) a respeito do uso e da gestão das águas.
Na audiência pública, a deputada buscou sintetizar o que foi debatido nas demais regiões do estado. “Essa audiência é uma síntese dos nove municípios que percorremos durante, aproximadamente, dois meses fazendo a discussão dirigida à população ribeirinha, com a nova realidade da presença da água da Transposição do Rio São Francisco, levando a esses municípios os agentes do governo, que são gestores diretos de secretarias que estão implicadas com o desenvolvimento local e ao mesmo tempo dialogando sobre essas necessidades”, explicou.
Estela afirmou que o Circuito das Águas resultará na elaboração de documentos que serão encaminhados para ações do governo nas esferas local, estadual e da União. “Os resultados das audiências públicas estão consolidadas em várias versões. Nós tivemos demandas que são para o DER, que são passagens molhadas. Nós temos demandas que são para a AESA, que é rever a síntese da gestão e do uso diante de novas tecnologias e de novas realidades que nós observamos na dinâmica dos municípios. Tem também reflexo no Procase, que é o órgão do governo que visa promover o desenvolvimento econômico dos arranjos produtivos da região do Cariri”, argumentou Estela.
O gerente regional da Companhia de Água e Esgoto da Paraíba (Cagepa), Ronaldo Menezes, que acompanhou todo o Circuito das Águas, afirmou que o ciclo foi extremamente importante porque, acima de tudo, a Cagepa pode mostrar o papel dela perante o consumo das águas da transposição, além de ter escutado as demandas da população. “A nossa conclusão é de que foi muito válida, anotamos todas as demandas e tudo isso irá gerar planejamentos futuros. Esse ciclo de audiências públicas permite que a Cagepa apresente o que vem realizando, mas também receba as reivindicações da população para que tudo isso se tornem ações e projetos”, disse Ronaldo.
O presidente da Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba (AESA), João Fernandes, destacou que a partir do Circuito das Águas, realizado pela Casa, irá contribuir com a regulamentação do uso, da gestão e da distribuição das águas da transposição. “O Circuito das Águas realizou debates, abrindo o espaço público para a discussão da utilização do Rio Paraíba e, notadamente, das águas do Rio São Francisco. Hoje há uma regulamentação de Monteiro até Boqueirão e vamos estendê-la de Boqueirão até Itabaiana para que as possam retirar água para consumo humano, consumo animal e até para agricultura de subsistência”, disse. O presidente da AESA parabenizou a deputada Estela Bezerra e a Assembleia Legislativa pela iniciativa de realizar o circuito de audiências públicas ouvindo as necessidades da população. “Estela, parabéns pela sua iniciativa, continue neste caminho, pois é isso que a Assembleia tem que fazer”, acrescentou.
De acordo com o superintendente de Superintendência de Administração do Meio Ambiente João Vicente, a oportunidade de estar próximo do povo foi importante para todos os segmentos envolvidos escutarem as demandas de diferentes regiões e buscar uma solução para cada situação específica. “Nos entramos na primeira audiência com um pensamento e chegamos a essa última com uma visão bem mais ampla. Quando passamos a avaliar a questão de forma mais intensa, identificamos uma série de problemas com a bacia, devastação da mata ciliar, nascentes e muitas outras informações. Esses dados estão registrados em um relatório que será entregue pela Assembleia Legislativa aos poderes públicos municipal, estadual e federal com o objetivo de cobrar soluções emergenciais”, acrescentou o gestor da Sudema.
Também estiveram presentes na audiência pública os deputados estaduais Américo Cabral e Cabo Sérgio Rafael, o presidente do Instituto Nacional do Semi-árido, Salomão Medeiros; o representante da Secretaria de Recursos Hídricos da Paraíba, Itaragil Marinho; do prefeito da cidade de Caraúbas, Silvano Dudu; o coordenador do Projeto de Desenvolvimento Sustentável do Cariri, Seridó e Curimataú, Aristeu Chaves; o secretário executivo do Fórum Territorial do Cariri Oriental, Kristine Leite Chaves; o vereador de Cabeceiras, Francisco Martins Pereira, além de representantes de associações e membros da sociedade civil organizada.
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