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CPI recebe denúncias de controle do mercado pelas empresas de telefonia
Publicado em 25 de abril de 2016A Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga os danos causados ao consumidor pelas empresas de telefonia móvel, telefonia fixa e internet banda larga realizou mais uma sessão pública nesta segunda-feira (25), com o objetivo de ouvir o presidente da Associação Nacional para Inclusão Digital (Anid), Percival Henriques, que prestou seu depoimento sobre a falta de universalização da internet no Estado e a atuação das empresas que comandam o mercado e tem a conivência da Anatel.
A reunião de hoje contou com a presença do presidente da CPI, João Gonçalves, o relator Bosco Carneiro e o procurador da Assembleia, Adalberto Falcão.
Para o presidente João Gonçalves, a colaboração da Anid é essencial para que a Comissão possa entender um pouco mais a lógica das operadoras. Além disso, o parlamentar voltou a condenar que as empresas de telefonia realizam suas ações com a conivência da Anatel. “As empresas não podem querer ditar a regra do jogo. Vamos continuar pressionando para que a população tem um serviço de qualidade e com preço justo”, definiu.
Para o relator Bosco Carneiro, a presença de Percival é necessária pois a Anid trabalha diariamente com a inclusão digital e, com isso, pode fundamentar as investigações com relação à universalização da telefonia no Estado, como as escolas e comunidades mais afastadas da zona urbana.
No seu depoimento, Percival ressalta que a tecnologia da informação hoje em dia faz parte da vida de todos os brasileiros e a internet é o principal serviço de escoamento dessa produção. “A economia da internet circula, por ano, mais de 4 trilhões de dólares e ainda não há uma regulamentação para a rede mundial de computadores em todo mundo. Uma decisão judicial de retirar determinado conteúdo do ar pode não ser cumprida se o servidor estiver fora do país”, resumiu.
Percival denunciou ainda que há indícios de oligopólio, como ocorreu durante as licitações para a Copa do Mundo, onde os serviços requeridos pelo Poder Executivo só eram executados por duas empresas, que dividiram a demanda e receberam pelo maior preço. Ele também disse que as tarifas pagas pelos consumidores brasileiros é cara, se levada em conta que o consumidor não conta com internet em diversos locais. “Você pode viajar pela BR-230, por exemplo, que só haverá conectividade até Campina. Depois disso, só em Patos”, lamentou.
O presidente da Anid também falou sobre a inclusão digital no Brasil. Para ele, é preciso não só entregar equipamentos para a população, mas levar o conhecimento de como utilizar essa ferramenta tão preciosa que é a internet. “A qualidade do uso da internet tem caído muito, pois muitas pessoas não têm conhecimento de como realizar uma pesquisa, por exemplo”, disse. Além disso, Percival falou que a universalização da internet no país, fruto de parcerias entre o Governo e das operadoras, mas que não são cumpridas pelas empresas.
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